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  • Começa nesta sexta-feira (12/12) a Expedição Excelência “Nos Carreiros da Zuzu”, realizada no entorno Parque Nacional Serra da Capivara, em Coronel José Dias, município do Piauí.

    A iniciativa é promovida pelo Instituto Olho D’ Água (IODA), em parceria com a DOCUMENTO Ecologia & Cultura e a Associação Tribos da Capivara, e tem o objetivo de montar circuitos culturais no entorno do Parque, com opções interativas para todos os visitantes.

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  • O Instituto Olho D’ Água (IODA), em parceria com a DOCUMENTO Ecologia & Cultura e a Associação Tribos da Capivara, promovem no dia 12/12 o início da Expedição Excelência “Nos Carreiros da Zuzu”, no entorno Parque Nacional Serra.

    A ideia da iniciativa é criar ações de valorização e preservação da história cultural da região, com base no conceito da arqueologia colaborativa. O envolvimento de sociedades locais em trabalhos como esse beneficia o andamento de diversos projetos realizados no território. Ao compreender as raízes de sua identidade, comunidades tradicionais tornam-se parceiras no fornecimento de informações, dados e conteúdos imateriais para as atividades de turismo cultural.

    Acompanhe no nosso blog todo o passo a passo dessa Expedição.

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  • O agricultor Lourival Dias Gomes nasceu no povoado de Olho D’ Água, na divisa entre as cidades de Coronel José Dias e João Costa, no Piauí.  Hoje com 63 anos, aposentado, Lourival é um dos membros das comunidades tradicionais que vivem nos arredores do Parque Nacional Serra da Capivara, patrimônio nacional que recebeu o status de “Berço do Homem Americano e Patrimônio Cultural da Humanidade”, pela UNESCO.

    Lourival é um dos cientistas-cidadãos que integram as comunidades tradicionais de Olho D’ Água, antigos moradores da região e que possuem conhecimentos históricos e culturais formadores do Patrimônio Imaterial de Coronel José Dias.

    Há muito tempo, os caminhos que cortam os boqueirões do Desfiladeiro da Capivara foi rota de passagem de comerciantes, agricultores, caçadores e de comunidades que viviam neste território, local propício para a caça de animais selvagens.

    Ao longo do tempo, diversas estórias populares se propagaram na região, transformando-se em lendas, tais como a dos caboclos que assombravam viajantes e caçadores em defesa de seu território.

    Assista, a seguir, vídeo que apresenta a cultura tradicional dos povos da Capivara, contada por Lourival Dias Gomes e também por vários outros cientistas-cidadãos, verdadeiros difusores de suas raízes e de sua identidade regional.

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  • O Instituto Olho D’ Água (IODA), em parceria com a DOCUMENTO Ecologia & Cultura e a Associação Tribos da Capivara, promovem no dia 12/12 o início da Expedição Excelência “Nos Carreiros da Zuzu”, no Parque Nacional Serra da Capivara, em Coronel José Dias, município do Piauí.

    A Expedição será guiada pelo presidente do Instituto Olho D’ Água, Jorlan da Silva Oliveira, sócio da Tribos da Capivara e um dos responsáveis pelas descobertas e conservação de dezenas de sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara e no seu entorno, e também por Marian Helen Rodrigues, doutoranda em Quaternário, Materiais e Culturas, educadora patrimonial e diretora-executiva do IODA.

    A ideia da iniciativa é criar ações de valorização e preservação da história cultural da região, com base no conceito da arqueologia colaborativa. O envolvimento de sociedades locais em trabalhos como esse beneficia o andamento de diversos projetos realizados no território. Ao compreender as raízes de sua identidade, comunidades tradicionais tornam-se parceiras no fornecimento de informações, dados e conteúdos imateriais para as atividades de turismo cultural.

    A Expedição Excelência fará o reconhecimento e o mapeamento do território de Serra da Capivara, cujo objetivo é a montagem de circuitos culturais alternativos no entorno do Parque, com opções interativas para todos os visitantes.

    Um dos destaques desse patrimônio é Zuzu, esqueleto feminino mais importante da pré-história brasileira (e um dos mais antigos da América do Sul) encontrado no local. A estrutura óssea têm 12 mil anos e foi escavada em 1997, no sítio Coqueiros do Parque Nacional Serra da Capivara.

    Veja abaixo, nas fotos de Flávio Veloso, a exposição de Zuzu:

    Você pode ver as fotos na íntegra Clicando Aqui!

    De acordo com a pesquisadora Drª Niède Guidon, esta importante descoberta, associada ao acervo cultural material da localidade (arte rupestre, cerâmica, indústrias líticas), infere na hipótese de que esse território foi habitado por grupos humanos desde o final do Pleistoceno. A informação dá à região o status de “Berço do Homem Americano e Patrimônio Cultural da Humanidade”, conferido pela UNESCO, e a coloca como um dos mais importantes roteiros turísticos do mundo.

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  • Na última semana, a DOCUMENTO Ecologia & Cultura se reuniu com o Instituto Olho D’ Água e a Associação Tribos da Capivara para iniciar o planejamento do I Encontro dos Povos da Capivara, que acontecerá em Coronel José Dias, no Piauí, e será realizado na Praça São Pedro, bairro mais antigo do município.

    O objetivo da primeira edição desse Encontro é reunir as comunidades de saberes tradicionais, que participaram da I Expedição Excelência do Projeto De Volta às Origens, realizada em novembro. Durante o evento, serão apresentados os resultados obtidos com essa experiência, além de definir os próximos locais para a continuidade do projeto.  A ideia é mostrar para as comunidades tradicionais a importância da revalorização de uma identidade cultural.

    A data para a realização do Encontro será definida muito em breve, e obedecerá a programação das comunidades de Coronel José Dias.

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  • O Desfiladeiro da Capivara é o principal roteiro turístico do Parque Nacional Serra da Capivara, nele encontra-se os principais sítios arqueológicos estudados pela pesquisadora Drª Niède Guidon, e foi por muitas gerações a principal rota de passagem de viajantes e da comunidade local. Dessa época, originaram-se uma série de histórias e lendas que serão contatas pelo projeto De Volta às Origens: Histórias e Lendas do Desfiladeiro da Capivara. 

     

    O Instituto Olho D’Água, que atua desde 2013 no Estado do Piauí, tem feito um trabalho consistente e contínuo de registro da memória das comunidades do entorno do Parque, ressaltando a relação harmoniosa com o território tradicional da Serra da Capivara.

     

    Acompanhe o relato do senhor Lourival Dias Gomes morador de Coronel José Dias – PI.

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  •  Chegamos ao término da I Expedição Excelência, que proporcionou uma experiência desafiadora e foi encarada com muita dedicação possibilitando, assim, o engrandecimento em vários aspectos do nosso Instituto. Esta foi uma viagem de alegrias, realizações e até mesmo tristezas, mas uma tristeza saudosista, daqueles que já não se encontram entre nós. Percebemos que é fundamental entendermos de onde viemos, quem foram os nossos antepassados: o que faziam, onde viviam, como viviam, o que construíram e o que herdamos. Em síntese, os seus modos de vida e o que deixaram de legado às novas gerações.

    Nesta I Expedição muitas histórias foram contadas e registradas e assim, vamos construindo aos poucos o alicerce do mosaico das nossas Origens – Dos Povos da Capivara. A narrativa da jovem Maria Antônia Neta, de 15 anos, encerra está I Expedição:

    “Ao sair da cede de Coronel José Dias me deparei com um maravilhoso cenário, com muita mata verde e o barulho dos pássaros. Cada árvore uma história para contar, eu estava acompanhada da minha vó, meu avô, meus tios e primos. Meu avô Lourival Dias Gomes relembrou o tempo de infância e se pôs a contar - que viviam lá com os pais e que a vida era saborosa mesmo tendo que trabalhar duro na lavoura, ajudar cuidar das cabras e tira frutas no pé.  O cajueiro, umbuzeiro e a goiabeira eram pontos de encontros com amigos para piqueniques e brincadeiras. De certa forma minha história começa lá, trouxe na memória a lembrança dos meus antepassados, toda uma geração nascida e crescida naquele lugar, as casas caídas, porém registradas. Lamento muito de não ter vivenciado tudo aquilo que me contaram - de correr e tomar banho nos caldeirões, de não ter feito piqueniques com tanta simplicidade.  Repassarei tudo o que ouvi ali às gerações futuras, porque uma história como essa jamais poderá cair no esquecimento – a história da minha família, dos meus antepassados, ou seja, a minha história. Ouvi falar também que todos os vizinhos eram unidos, tratados como irmãos, tudo era dividido. Tive a oportunidade não só de ouvir, mas sentir na pele tudo aquilo como se estive voltado no tempo e no espaço”. (Maria Antônia, 2014. Cel. José Dias).

    Agradecemos:

    “A todos os cidadãos cientistas, moradores dos municípios circunvizinhos ao Parque Nacional Serra da Capivara, que nos brindaram com seus saberes tradicionais”.

    “Ao Grupo Documento e a todos os seus colaboradores, em especial, a doutora Erika Robrahn-Gonzalez por todas as suas orientações”.

    “Aos sócios fundadores do IODA pelo trabalho, cooperação, compromisso e dedicação.”

    “Ao ICMbio que autorizou a entrada da Expedição Excelência, no de Parque Nacional Serra da Capivara”.

    “Aos nossos parceiros da Associação Tribos da Capivara, que sempre nos acompanharam”.

    E desde já, deixamos o convite para o “I Encontro dos Povos da Capivara”, um congresso que será baseado nos saberes tradicionais das comunidades, no entorno do Parque Nacional Serra da Capivara.

    Acompanhe agora as últimas fotos da I Expedição Excelência do Projeto de Volta às Origens.

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  • A história oral é uma das metodologias que mais se expandiu nos últimos anos, possivelmente pelo grande número de pesquisas realizadas sobre o nosso presente. Ocupando-se de aprofundar os conhecimentos sobre determinados temas referentes a realidade, estruturas sociais, padrões culturais e processos históricos.


    Focada nas lembranças pessoais, os relatos orais constroem uma visão dinâmica da trajetória do grupo social ao qual pertence, ponderando esses fatos por sua importância. Indivíduos pertencentes a comunidades tradicionais registram sua própria visão do grupo ao qual estão inseridos. A narrativa oral consiste em uma importante fonte de pesquisa, permitindo em situação de entrevista, a aquisição de dados substanciais importantíssimos. As narrativas orais e a escrita completam-se mutuamente, cada uma delas tem características e funções especificas. Fontes orais não são sustentáculos de formas escritas tradicionais, pois tem utilidades inerentes diferentes, as fontes orais caracterizam-se pela transmissão de conteúdo que, geralmente, é passado de geração para geração ao longo tempo.


    O indivíduo que narra sua história, não é constituído, ele próprio, como objeto do estudo, mas sim seus relatos de vida, que apresentam subjetivamente eventos vistos sob seu prisma, possibilitando, dessa forma, o aprimoramento do conhecimento das relações sociais e das dinâmicas inseridas ao objeto de estudo.


    A fonte oral é peculiar, pois nela reside uma riqueza oferecida por significados e sentimentos expressos pelo narrador. Isso pressupõe que as fontes orais, permitem contar mais sobre os significados, que sobre os eventos, já que, baseia-se, muito mais na emoção do momento vivido do que na razão.


    Acompanhe a narrativa do senhor Isaias Gomes Ferreira, morador do município de João Costa do Piauí, um dos cientistas cidadãos que conduziu a Expedição Excelência, no Parque Nacional Serra da Capivara.

    Referências:

    Jacques Le Goff - Memória

    Enciclopédia Einaudi, vol.1 Memória/História,

    MEMÓRIA E IDENTIDADE SOCIAL*
    Michael Pollak

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  • “Molha-se o barro, somente o suficiente, achado o ponto sobem-se as paredes.  O vento e o sol ficam responsáveis por secar e, assim, surge uma casa, feita quase que de forma artesanal, sorrateira, silenciosa!”

     

    Técnica milenar que atravessa culturas o adobe cru, ou tijolo cru, utiliza apenas matérias-primas naturais. Podendo ser utilizado na construção de casas, fornos e fogões de lenha, tudo de forma ecológica, simboliza a intensa relação entre o homem e a natureza.

    O barro, junto com a pedra e a madeira, foi o primeiro elemento a ser modelado pelo homem. Caracterizada como uma arquitetura vernacular (arquitetura em que se empregam materiais e recursos do próprio ambiente), está dentro do cenário da Permacultura que valoriza o saber fazer. Por várias gerações esse saber foi transmitido pela oralidade e está se esvaindo com o tempo. O Projeto de Volta às Origens busca valorizar e divulgar esse saber, por meio da Expedição Excelência.

    Acompanhe o depoimento com fotos do senhor Lourival Dias Gomes, morador do município de Coronel José Dias no Piauí, sobre a construção das casas de adobe cru na antiga comunidade do Olho D’Água.

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  • Muitas histórias nascem da imaginação das pessoas, geralmente das comunidades mais tradicionais, um saber riquíssimo que deve ser valorado e preservado. Esse saber gera uma identidade cultural imensurável.

    Uma história vira uma lenda, um conto, um mito que se transforma, muitas vezes a história foi criada para passar uma mensagem ou, até mesmo, assustar quem as ouve. As histórias nada mais são do que narrativas com um forte valor simbólico. Os povos mais antigos não tinham como explicar, eles não entendiam os fenômenos naturais, por isso, criavam mitos, que misturavam fatos sobrenaturais e coisas materiais com o objetivo de dar sentido ao mundo.

    As festas populares, pelo Brasil a fora, nasceram dessas histórias que foram passadas de geração a geração.

    O “Projeto de Volta às Origens”, trabalhando no conceito de Permacultura na rubrica do Meio Ambiente Cultural, sugere nesse caso a busca de novas ideias fora do conhecimento hegemônico, propondo uma aproximação entre ciência e tradição dando uma dimensão presente, permitindo enxergar que tudo está interligado um em complemento ao outro.

    Acompanhe agora a terceira parte da “Expedição Excelência” e veja o exemplo da senhora Maria Iva Tavares, moradora do município de João Costa do Piauí, que narra um pouco das histórias do território tradicional: O Olho D’Água:

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  • Dentro da Expedição Excelência a viagem passa a ter um olhar diferenciado, cientistas cidadãos, de grande saber, colocam suas vivências e experiências no roteiro turístico. Veja o exemplo do senhor Isaias Gomes Ferreira, morador do município de João Costa do Piauí, que ao andar pelo Parque Nacional Serra da Capivara narra as histórias do seu passado.

    A Expedição Excelência é uma parceria do Grupo Documento com a ONG IODA, que coloca o saber popular como complemento ao valor histórico de sítios arqueológicos, ruínas, edificações, museus e outros espaços.

    Acompanhe as fotos com a narração do senhor Isaias Gomes Ferreira:

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  • “Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura”. (Marcos Conceituais – MTur)

    Compreende-se como patrimônio cultural e histórico os bens de natureza material e imaterial que expressam a memória e a identidade da população. Os bens culturais de valores científicos, simbólicos, históricos e artísticos são passíveis de se tornarem atrações turísticas com a rubrica de turismo cultural e ecoturismo. A Expedição Excelência, uma parceria do Grupo Documento com a ONG IODA, coloca o saber popular nesse conjunto. Esse saber é de uma riqueza incalculável, é um bem difuso que complementa o valor histórico de sítios arqueológicos, ruínas, edificações, museus e outros espaços.

    Dentro da Expedição Excelência a viagem passa a ter um olhar diferenciado, cientistas cidadãos, de grande saber, colocam suas vivências e experiências no roteiro turístico. Veja o exemplo do senhor Isaias Gomes Ferreira, morador do município de João Costa do Piauí, que ao andar pelo Parque Nacional Serra da Capivara narra as histórias do seu avô relacionadas ao território tradicional.

    Acompanhe as fotos com a narração do senhor Isaias Gomes Ferreira!

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  • A Transformação da Paisagem

    A humanidade transforma o espaço e constrói o seu ambiente em busca do desenvolvimento. Desde os tempos pré-históricos o homem encontra diferentes formas de utilização dos recursos naturais para sobrevivência, comunicação, consumo, cultura, entre outras funções. Dessa forma, o território passa por transformações que compõe a paisagem. Essa nova paisagem pode vir a ter significado para uma, ou mais, sociedades que ali viveram, ou vivem, a interpretação deste território é feita de maneira indissociável dos diversos elementos que o compõem formando, assim, a “Paisagem Cultural”. O conceito de Permacultura, baseia-se na observância e na interação do homem com essa paisagem.

    “É fundamental que entendamos o homem e tudo que ele constrói como parte do equilíbrio ecológico. A diferença do homem para os outros entes do planeta é que ele é uma parte da natureza que têm consciência de si própria” (RECLUS, 2010).

                    É inseparável o laço do homem com a natureza, quando este a transforma em cultura, consciente das paisagens que imitam os padrões e as relações encontradas. A Permacultura, nesse caso, reúne ideias e habilidades dentro dos mais diversos modos de vida que tem a necessidade de serem redescobertos, desenvolvidos e valorizados. Entretanto, o desenvolvimento humano tornou-se cada vez mais rápido , o grande desafio da atualidade é como preservar o ambiente em que vivemos através de uma forma de desenvolvimento que consiga manter a sustentabilidade em relação à exploração da natureza.

    Esse assunto vem sendo amplamente discutido entre os steckholders do IODA que, além de trabalhar com o conceito de Permacultura, contextualizam o Meio Ambiente Cultural.

    “O Meio Ambiente Cultural constitui a soma do ambiente físico em sua constituição geológica, geomorfológica, vegetacional, hidrológica e faunística às paisagens culturalmente construídas pelos diferentes grupos culturais que se desenvolveram na região, ao longo do tempo, através de um processo de longa duração. Esta somatória de fatores dá significado e bases para uma estruturação socioeconômica e ritual ao ambiente físico. Deste ponto de vista, cultura e ambiente são indissociáveis e integram processos sócio naturais formados pelo conjunto de manifestações físicas e culturais de uma paisagem. Refletem, portanto, a somatória de ativos intangíveis (os conhecimentos e práticas tradicionais das comunidades que ali vivem e viveram) e seus resultados tangíveis (incluindo desde sítios arqueológicos milenares, formas de manejo ambiental, edificações históricas, entre tantos outros).” (ROBRAHN-GONZALEZ, 2013)

                    O entendimento do espaço e sua significação são construídos pelas características topográficas, morfológicas e hidrográficas. Além disso, também são incorporados pelas culturas os sons, as texturas, os fenômenos óticos e dessa infinidade de elementos sensíveis as paisagens recebem valorações, significações simbólicas que refletem na estruturação das relações sociais, econômicas e políticas, comportamentais e mitológicas. As paisagens, ou seja, o reconhecimento dos lugares, são “bens” de valor inestimável aos povos que nelas vivem por estarem na base de suas vidas, tocando sempre nas dimensões materiais e simbólicas delas.

    Acompanhe essa animação, elaborada pela arquiteta Ana Carolina Brugnera do Grupo Documento, que simplifica e contextualiza as mudanças paisagísticas ao longo do tempo:

    Bibliografia:

    ROBRAHN GONZÁLEZ, E.M. - A Construção do Meio ambiente Cultural : Reflexões e Práticas no Brasil. Direito, Educação, Ética e Sustentabilidade: Diálogos entre os vários ramos do conhecimento no contexto da américa Latina e do Caribe – Vol. 2 , Bogotá, 2013

    RECLUS, Élie & RECLUS Élisée, Renovação de uma cidade, repartição dos homens. São Paulo,2010.

    Assista a Animação abaixo:

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  • Ao longo do tempo o homem buscou aprofundar seus conhecimentos sobre as plantas e seus usos. Os vegetais sempre estiveram presentes na história da humanidade, principalmente, na alimentação e na medicina. É nesse contexto que atua a Etnobotânica, por meio do estudo das interações dinâmicas entre as plantas e o homem, compreendendo, assim, o uso dos recursos vegetais por comunidades tradicionais. É uma área de pesquisa interdisciplinar que engloba diversos conhecimentos da antropologia cultural, botânica e ecologia.

    Os estudos etnobotânicos contribuem para o aprimoramento do saber científico das espécies vegetais, mas também pode ser um importante fator de reversão do conhecimento fornecido pelos informantes para sua própria comunidade, tornando-se importante no resgate dos próprios valores das culturas que entram em contato.

    O Brasil possui a maior biodiversidade vegetal do planeta, e os estudos etnobotânicos podem ser uma importante ferramenta para compreender os mais variados fatores referentes ao desenvolvimento de espécies utilizadas por populações que habitaram ou habitam diferentes biomas brasileiros.

    Na história do Brasil, o primeiro registro etnográfico referente a plantas brasileiras foi realizado por Caminha, no ano de 1500. Espécies como o urucum e o inhame foram citados, aclarando que a primeira era utilizada pelos indígenas na pintura do corpo para rituais e proteção e, a segunda espécie, utilizada na alimentação (Ming, 2009).

    Dentro do Projeto de Volta as Origens, que baseia-se em Permacultura na rubrica do Meio Ambiente Cultural, a ONG Instituto Olho D’Água constatou a necessidade de se estudar o uso das plantas pelas comunidades do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara, primeiro para resgatar o conhecimento popular que está desaparecendo conforme a comunidade se torna mais urbanizada. Segundo que muitos remédios naturais que são indicados pelas comunidades têm fundamentos farmacológicos reais, mostrando a relevância de um estudo mais aprimorado.

    Clique Aqui e veja as fotos pelo Blog!

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  • A ONG Instituto Olho D’Água propôs uma atividade lúdica e divertida para as crianças do município de Coronel José Dias/Piauí, desenhar e inventar estórias com os nossos mascotes “O Tatu e o Jegue”, elas tiveram a liberdade de se expressar através de traços e cores, mas algo inusitado aconteceu, percebemos que os desenhos eram mais do que simples traços, as crianças estavam passando uma visão de passado e presente. Neste processo criativo as crianças entenderam e externaram o mundo a sua volta. Foi perceptivo nas narrativas que o contexto em que vivem hoje é muito melhor do que no passado.

     

    O desenho é uma das formas de expressão usadas pelo ser humano, desde os primórdios do processo de aprendizagem de nossa espécie: está presente na arte rupestre, nos primeiros sistemas de escrita com representação fonêmica, nos símbolos mais simples e nos mais místicos das sociedades humanas ao longo dos séculos. De alguma forma, o desenvolvimento das civilizações humanas guarda em si uma reprodução, em microescala, do desenvolvimento da criança ao longo dos anos de seu crescimento. Parte-se de transformar realidade em abstrações, e abstrações em representações gráficas, uma das formas de realidade expressadas em diversos suportes materiais: de paredes rochosas ao papel. A criança, desde os seus primeiros anos de vida, aprende a se comunicar com seu corpo, seus gestos, os sons, a fala e desta forma explora o mundo que a cerca, pois enquanto desenha ela está organizando e construindo no interior as ideias de mundo, expressando sentimentos que até então estavam escondidos.

     

    As crianças desenharam solitariamente com os seus pares, interagiram, brincaram e deram diversos nomes aos mascotes do IODA. Porém, essa será uma outra parte, na qual, teremos uma oficina para escolhermos os nomes.

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  • O Projeto de Volta às Origens faz a Expedição Excelência, uma experiência única que coloca o saber popular no roteiro da expedição.

    O Saber popular é de uma riqueza incalculável, é um bem difuso e patrimônio sociocultural que se não registrado perde-se com o tempo e deixamos muitas vezes de valorizar ou principalmente de exercitar o saber ouvir e refletir sobre estes ensinamentos, pois são complexos, partem de observações feitas ao longo de gerações e gerações, um olhar raro e minucioso a algo do cotidiano, um insite de um fenômeno natural ou social, que foi sintetizado em uma frase, que se torna um conto, uma lenda, um ditado popular, ou remédio tradicional, um hábito ou cautela que se perpetua para sempre na memória de um grupo social, justamente por ser coerente, fazer sentido para as pessoas e comunidades que convivem e alimentam vivos estes saberes e, assim preservam a história, os costumes, as tradições e os valores de uma região.

    O “Projeto de Volta às Origens”, trabalhando dentro desse contexto, levou alguns moradores, mais antigos, caracterizados por serem pessoas de saber aos seus locais de memória. Todos ficaram com os olhos e ouvidos atentos à fala dos companheiros, antigos agricultores e agricultoras contaram suas histórias por onde passavam. Ao passar por um dos pontos o Senhor Isaias Ferreira Gomes, lembrou de seu avô e disse:

    “O meu avô Inocêncio festejava o padroeiro São José dia 19 de março na casa dele, e lá ele colocava uma bandeira e o pau ele vinha buscar aqui, esse aqui bem alto, e ele colocava uma pombinha de madeira lá no final desse pau que era simbolizando o festejo de São José, todo ano ele vinha buscar aqui.”

    Esse é o saber popular que o Projeto de Volta às Origens busca preservar, pois é um patrimônio muito frágil e dependente apenas da memória do indivíduo que o viveu.

    Clique Aqui e acesse as fotos da Expedição Excelência.

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  • Lascamento em Pedra

    As primeiras ferramentas utilizadas pelos nossos ancestrais eram caracterizadas por um material muito simples e facilmente disponível nas áreas e/ou paisagens ocupadas durante a pré-história: a pedra.

    Dentre os vários artefatos produzidos pelo homem, desde os tempos mais remotos, os objetos em pedra são conhecidos como os mais antigos da atividade humana, com finalidades diversas, dentre as quais cortar, raspar, moer, incidir, quebrar sementes, trituração e defesa. Esses artefatos líticos foram produzidos pelos homens pré-históricos, tendo como instrumentos mais comuns: as lâminas de machado, os percutores, os raspadores, os furadores, as lascas, as pontas e os fragmentos resultantes da preparação destes materiais.

    Veja o Vídeo:

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  • Projeto Arte na Serra: Exposição Oficina

    O “Projeto Arte na Serra: Educação Sempre dá Certo” busca envolver as comunidades nos processos de apropriação, preservação e fruição do patrimônio arqueológico. Utilizando-se de instrumentos pedagógicos, elabora a Exposição Oficina, uma experiência educativa centrada no conceito da arqueologia colaborativa, que dessa vez, 10/11, foi desenvolvida na da Unidade Escolar “Raquel Ferreira de Oliveira” no município de Coronel José Dias, Piauí - entorno do Parque Nacional Serra da Capivara.

    Através de ações culturais levamos o conhecimento científico sobre arqueologia e a legislação. Dessa forma as crianças criam seus próprios entendimentos em relação ao seu patrimônio através de uma análise crítica e cidadã.

    Nas atividades de apropriação, por meio de desenho lúdico, os alunos foram trazidos para dentro do universo da arqueologia, eles ilustraram as pinturas rupestres, a fauna e a flora endêmica da catinga que os permitiu conhecer as sociedades do passado, seu funcionamento e suas transformações no decorrer do tempo, foi possível perceber que eles entenderam que os mesmos fazem parte de um processo evolutivo.

    Clique Aqui e acompanhe as fotos da Exposição Oficina.

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  • Os Stakeholders da ONG Instituto Olho D’Água se reuniram na cidade de São Paulo, em uma das sedes do Grupo Documento, para discutir uma nova fase no Projeto Arte na Serra. Projeto esse que participou da Expedição Nordeste Central, uma viagem feita pelo sertão nordestino para produzir um documentário sobre os mais diversificados projetos culturais aprovados pelo Programa do Banco do Nordeste de Cultura, com foco nos pequenos municípios dos estados do Ceará, Piauí e da Bahia. A Expedição Nordeste buscou ONGs e Institutos que cumprissem com o papel social de valorizar e democratizar a cultura local, transformado dessa forma a realidade dos municípios.

    “Arte na Serra” é um projeto que busca envolver a comunidade do município de Coronel José Dias/Piauí que fica no entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara, no processo de apropriação e fruição do patrimônio arqueológico, utilizando-se de ferramentas pedagógicas em oficinas culturais e experimentações didáticas com um plano de sustentabilidade cultural. O Parque Nacional da Serra da Capivara é composto por um grande acervo arqueológico que evidencia a ocupação humana nas Américas, desde o período pleistoceno.

    Dada à importância do complexo artístico rupestre, o projeto Arte na Serra, dentro da rubrica da Educação Patrimonial, envolve a comunidade no universo da arqueologia através da experimentação didática, mostrando como o homem pré-histórico utilizava dos recursos da natureza para pintar nos paredões rochosos, para fabricar seus instrumentos e objetos de uso cotidiano. Dessa forma, acontece uma aproximação dos bens arqueológicos, gerando conhecimentos inerentes à ciência, despertando, assim, um sentimento de pertencimento e apropriação consciente do patrimônio cultural local.

    Saiba mais sobre o Projeto acessando o artigo Clicando Aqui.

    Expedição Nordeste-Central - Três "Camaradas e um Niva" from James Gama on Vimeo.

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  • Projeto de Volta às Origens

    O Projeto de Volta as Origens engloba, no universo dos modos de vida, as casas de taipa que as comunidades mais antigas, de Coronel José Dias,   habitavam no território que hoje é o Parque Nacional Serra da Capivara.

    Em parceria com o setor de arquitetura da DOCUMENTO, o IODA recriou, em 3D essas casas, que hoje são apenas ruinas. Com objetivo de analisar como era a vida, quando essas comunidades ainda residiam nas terras do parque, a reconstrução em 3D passa uma proximidade maior com essa época, possibilitando um estudo ainda mais preciso.

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