A humanidade transforma o espaço e constrói o seu ambiente em busca do desenvolvimento. Desde os tempos pré-históricos o homem encontra diferentes formas de utilização dos recursos naturais para sobrevivência, comunicação, consumo, cultura, entre outras funções. Dessa forma, o território passa por transformações que compõe a paisagem. Essa nova paisagem pode vir a ter significado para uma, ou mais, sociedades que ali viveram, ou vivem, a interpretação deste território é feita de maneira indissociável dos diversos elementos que o compõem formando, assim, a “Paisagem Cultural”. O conceito de Permacultura, baseia-se na observância e na interação do homem com essa paisagem.
“É fundamental que entendamos o homem e tudo que ele constrói como parte do equilíbrio ecológico. A diferença do homem para os outros entes do planeta é que ele é uma parte da natureza que têm consciência de si própria” (RECLUS, 2010).
É inseparável o laço do homem com a natureza, quando este a transforma em cultura, consciente das paisagens que imitam os padrões e as relações encontradas. A Permacultura, nesse caso, reúne ideias e habilidades dentro dos mais diversos modos de vida que tem a necessidade de serem redescobertos, desenvolvidos e valorizados. Entretanto, o desenvolvimento humano tornou-se cada vez mais rápido
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o grande desafio da atualidade é como preservar o ambiente em que vivemos através de uma forma de desenvolvimento que consiga manter a sustentabilidade em relação à exploração da natureza.
Esse assunto vem sendo amplamente discutido entre os steckholders do IODA que, além de trabalhar com o conceito de Permacultura, contextualizam o Meio Ambiente Cultural.
“O Meio Ambiente Cultural constitui a soma do ambiente físico em sua constituição geológica, geomorfológica, vegetacional, hidrológica e faunística às paisagens culturalmente construídas pelos diferentes grupos culturais que se desenvolveram na região, ao longo do tempo, através de um processo de longa duração. Esta somatória de fatores dá significado e bases para uma estruturação socioeconômica e ritual ao ambiente físico. Deste ponto de vista, cultura e ambiente são indissociáveis e integram processos sócio naturais formados pelo conjunto de manifestações físicas e culturais de uma paisagem. Refletem, portanto, a somatória de ativos intangíveis (os conhecimentos e práticas tradicionais das comunidades que ali vivem e viveram) e seus resultados tangíveis (incluindo desde sítios arqueológicos milenares, formas de manejo ambiental, edificações históricas, entre tantos outros).” (ROBRAHN-GONZALEZ, 2013)
O entendimento do espaço e sua significação são construídos pelas características topográficas, morfológicas e hidrográficas. Além disso, também são incorporados pelas culturas os sons, as texturas, os fenômenos óticos e dessa infinidade de elementos sensíveis as paisagens recebem valorações, significações simbólicas que refletem na estruturação das relações sociais, econômicas e políticas, comportamentais e mitológicas. As paisagens, ou seja, o reconhecimento dos lugares, são “bens” de valor inestimável aos povos que nelas vivem por estarem na base de suas vidas, tocando sempre nas dimensões materiais e simbólicas delas.
Acompanhe essa animação, elaborada pela arquiteta Ana Carolina Brugnera do Grupo Documento, que simplifica e contextualiza as mudanças paisagísticas ao longo do tempo:
Bibliografia:
ROBRAHN GONZÁLEZ, E.M. - A Construção do Meio ambiente Cultural : Reflexões e Práticas no Brasil. Direito, Educação, Ética e Sustentabilidade: Diálogos entre os vários ramos do conhecimento no contexto da américa Latina e do Caribe – Vol. 2 , Bogotá, 2013
RECLUS, Élie & RECLUS Élisée, Renovação de uma cidade, repartição dos homens. São Paulo,2010.
Assista a Animação abaixo:
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