Contexto

A Documento Cultural apresenta mais uma iniciativa que consolida seu expertise em gestão de patrimônio cultural. A Gestão do Patrimônio Cultural é um caminho para o desenvolvimento social e econômico sustentável das comunidades, porque respeita seus valores culturais. A Think Tank Documento Cultural entende que o debate social sobre sua gestão é também um debate sobre seu desenvolvimento e futuro. Visando promover ações de apropriação e de participação na gestão do patrimônio Cultural que é criada a Organização Não Governamental Instituto Olho D´Agua.

A origem do nome do Instituto OLHO D’ ÁGUA traz uma carga simbólica, cheia de significados de grande relevância para as comunidades tradicionais do município de Coronel José Dias e seu entorno. Como a principal característica da região é o clima semiárido, com longos períodos de estiagem, os olhos de água surgem nas fendas das rochas e sempre estiveram associados à própria existência dessa comunidade.  Os modos de vida no Olho d’ Água estava relacionado práticas e as técnicas de manejo da terra, da caça, e conhecimentos tradicionais aliados à medicina fitoterápica que constituem os modos vida de tradicionais.

 A comunidade contemplada pela criação do Instituto Olho D´Agua está situada em Coronel José Dias no Piauí, com abrangência aos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa e Brejo do Piauí, ambos localizados no entorno do Parque Nacional Serra da Capivara.

O Parque Nacional da Serra da Capivara, que ocupa uma boa parte do município possui a área de maior concentração de sítios pré-históricos do continente americano e uma grande concentração de pinturas rupestres. O Parque é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.  A proposta do Instituto é aproximar e criar um contexto de participação social, através da autonomia da comunidade na apropriação desse patrimônio.

Segundo os relatos locais, foi vivendo da venda do látex que a comunidade adentrou mais fundo à caatinga a procura da maniçobeira. É dessa época que se originam uma série de histórias sobre a região, contando o processo de apropriação e interpretação do lugar.

Mesmo que o Parque preserve os sítios arqueológicos fica claro que além da sua preservação, é necessário o envolvimento da comunidade para uma relação sustentável entre sociedade e espaço. As comunidades dessa região são herdeiras direta desse patrimônio. A comunidade é detentora da memória do território, e é através dela que se conhece o passado desse lugar. É considerando a abrangência do Patrimônio Cultural e o debate social de sua gestão que o Instituto Olho D´Água fomenta ações sustentáveis através da relação da comunidade com o ambiente.

 

Pertinência da Criação da ONG Instituto Olho D´Água

 Diante dessa realidade e da necessidade de se construir um novo cenário, surge através de uma iniciativa conjunta com a comunidade local o Instituto Olho d’ Água. Uma associação sem fins lucrativos, que busca criar uma nova trajetória de reposicionamento da cultural tradicional aliada a preservação do patrimônio cultural e ambiental herdado dos povos pré-históricos em exposição a céu aberto no Parque Nacional Serra da Capivara.  Para tanto, a iniciativa visa conciliar a preservação do Meio Ambiente Cultural com atividades empreendedoras que promovam a participação da comunidade, partindo de iniciativas de dentro da comunidade.

 A partir do objetivo de desenvolver projetos que promovam a defesa do Meio Ambiente Cultural, integram-se as demandas sociais, patrimoniais e ambientais em uma só iniciativa, concentrando iniciativas, até então dispersas, em um objetivo comum. Isto ocorre ao tratar-se os potencias da região, como o ecoturismo, patrimônio arqueológico e histórico cultural e inclusão social, de maneira integrada dentro do mesmo projeto, valorizando o contexto e ampliando as possibilidades de iniciativas na região.

 O Instituto promove iniciativas envolvendo ao mesmo tempo registro da memória do território, patrimônio arqueológico e histórico cultural, fortalecendo as tradições culturais locais, apoiando a população nos potenciais econômicos de seu contexto regional e desenvolve ações educativas relacionadas ao Meio Ambiente Cultural. Muitas oportunidades podem ser fruto deste tipo de iniciativa na medida em que a comunidade adquira acesso ao conhecimento e empreenda iniciativas em prol de seu desenvolvimento.